#03
Começaram a andar na direção dos gritos de Joana e perceberam
que os gritos ficavam cada vez mais distantes como se ela estivesse sendo
arrastada muito rápido.
Caio era o primeiro da fila, dava seus passos firmes e
raivosos, queria sua vingança. Ser livre não seria o suficiente para ele, já
havia se tornado pessoal.
- As portas estão trancadas – Disse Thales tentando abrir uma que estava ao lado.
- Essa também está! – Disse Lys encostando seu ouvido na
porta para tentar escutar algo em seu interior.
- Dane-se! – Caio socou a parede do corredor não se importando
com o barulho – Estou cada vez mais odiando esse lugar. Vou fazer esse cara
cuspir os dentes, vou arrebentar esse idiota!
- Temos que saber onde estamos para tentarmos estar em
vantagem – tentou explicar Thales – podem ter outras pessoas na mesma situação
que nós.
- Precisamos ajuda-las!
- Dane-se as pessoas também! Não quero mais nada além de arrebentar
esse idiota!
- Ahm! – exclamou Thales quando quase caiu em uma sala que
por sorte estava aberta.
A porta se abriu lentamente apresentando seu interior. Era uma completa bagunça, papeis jogados ao chão, não havia o mínimo de
organização. Era como se um furacão tivesse passado por ali. A mesa que estava
no centro apresentava uma espécie de projeto de um prédio. Quando os três entraram
na sala perceberam que estava escrito “Monsgrave” na parte de cima da planta
baixa de um colégio. Papeis com desenhos anatômicos de humanos completavam a
bagunça da mesa, parecia fichas de pessoas. Anotações incompletas estavam
espalhadas ao chão.
“Não pode ser um
terreno normal, não pode ser. As coisas aconteceram de forma inesperada. Saiu
completamente dos nossos planos, as cobaias humanas não estavam preparadas
corretamente, não consigo compreender o que aconteceu. Novos testes serão
realizados e”...
Foram as únicas coisas legíveis aos olhos de Thales em uma das
anotações feita as pressas com uma caligrafia trêmula típicas de um médico.
- Temos que sair rápido deste lugar! – Exclamou Lys se
dirigindo a porta.
- Estamos perdendo muito tempo nesse lugar idiota.
- Não entendem? – Thales estava paralisado observando as
anotações – Este lugar é um laboratório. Estão fazendo pesquisas com seres
humanos!
Os três saíram rapidamente da sala, não queriam imaginar o que
poderia está acontecendo com Joana, todos os testes e experiências que a
aguardavam. E eles poderiam ser os próximos.
Começaram a seguir o corredor na mesma direção que
estavam até escutar sons de palmas e passos se aproximando. Entraram na
primeira porta que encontraram aberta para se esconder tentando fazer silêncio. A sala estava completamente vazia,
porém escura, apenas a luz do corredor a iluminava. Caio deixou a porta se fechar e não
conseguiu mais abri-la.
- acho que vocês são muito curiosos... – Disse a voz do
Mestre dentro da sala – Seus pais não lhe ensinaram educação?
- Seu verme! Apareça para encher sua cara de soco!
- Parece um bom convite. Eu já estou aqui.
A sala se iluminou parcialmente e pode se ver a silhueta de
um homem muito bem vestido bem ao fundo da sala.
Caio correu em direção a ele sem pensar e logo acertou em
cheio o rosto em um vidro resistente o fazendo cair inconsciente por alguns
segundos.
- O que você vai fazer conosco? – Perguntou Thales enquanto
Lys tentava reanimar Caio.
- Vai depender muito de vocês... A verdade é que as
possibilidades são infinitas – e o Mestre sorriu embaixo das sombras que cobriam
parcialmente seu rosto.
- Seu monstro! O que você vai fazer com Joana? – Quis saber
Lys já levantando o atordoado Caio.
- Quanto a Joana, eu tenho outros planos para ela.
Caio tentava manter-se em pé. Estava sofrendo com fortes dores
por causa da pancada que sofrera. Mesmo desequilibrado tentava quebrar o vidro
com socos débeis.
O Mestre começou a caminhar lentamente para as sombras se
distanciando deles quando Caio disse:
- Maldito desgraçado! Seu covarde, frangote! Fica escondido
atrás de um vidro. Vem até aqui!
O mestre apenas riu com a provocação e as luzes da sala
começou a piscar freneticamente, provocando um leve tremor no chão, não se
podia afirmar o que causara.
- Vocês são meus brinquedos – disse o Mestre – e enquanto
estiverem aqui EU SOU O MESTRE! Talvez seja hora de vocês perceberem isso. É
uma pena, realmente achava que vocês poderiam ir longe. Infelizmente vamos ter
que parar por aqui. – E o Mestre desapareceu nas sombras.
As luzes começaram a ficar em um ritmo alucinante demais para
ser suportado por eles, logo saíram correndo da sala e avistaram as luzes do
corredor apagando uma a uma começando da mais distante até chegar onde eles
estavam.
Correram a pleno pulmões para manter-se na parte com luz do
corredor, com a pressa Caio nem havia se dado conta que tinha deixado a barra de
ferro na sala. Olhavam para trás e viam apenas o negrume engolindo o que antes
era o corredor mais iluminado que haviam visto. Uma
corrida desesperada, para frente só se via luz branca e para trás
trevas se alastrando com o apagar das luzes.
Olharam para trás uma ultima vez e perceberam a escuridão os
alcançando, quando tropeçaram ao mesmo tempo com uma rampa discreta e
inesperada que surgira e olharam novamente para frente percebendo que estavam
em outro lugar, sentiam grama nos pés, árvores os cercavam, não era uma mata
fechada, podia se ver ao longe, mas parecia que estavam em um local alto por
estarem apenas com o céu a sua frente.
- Onde estamos dessa vez? – Perguntou Lys de forma retórica o
que todos queriam saber.
- Vocês estão sentindo? Parece que estamos sendo observados –
Comentou Caio olhando para o fim do túnel por onde saíram que estava
completamente negro.
- Temos que continuar andando, ele pode estar nos seguindo
ainda.
- Pode ficar tranquila, Lys – disse Thales de forma fria –
acho que tudo foi uma brincadeira, ele só queria nos assustar, ele está
brincando conosco, dês do começo, como ele mesmo deixou claro. Ele só poderia
estar querendo continuar o jogo. Olhem isso!
Thales apontou para o horizonte onde estava abaixo da linha
da visão deles. Tiveram que chegar a ponta do precipício para ver e ficarem
horrorizados.
- Que merda é essa?...
Caio colocou as mãos na cabeça sem saber o que dizer a mais
para completar. Foi nesse momento que lembrou que estava sem sua barra de ferro,
se sentiu impotente diante dessa situação.
Lys abaixou na ponta do precipício com as mãos no joelho
tentando entender e identificar o que estava vendo. O vento denso carregava de
amargura o local. Era uma cidade, ou melhor, o que restou dela, escombros de
uma ruína que um dia poderia ter sido algo populoso e cheio de vida. Era
deserta e parecia ser um grande cenário de guerra, não havia um prédio inteiro,
somente ao chão espalhados com seus destroços ocupando onde estavam às ruas largas
e cheias de carros abandonados completamente destruídos.
- Temos poucas escolhas, só sei que não está me cheirando bem
isso tudo. Não acho que vai acabar em coisa boa – disse Thales.
- Parece que só piora essa praga!
- Só não podemos ficar aqui. – Lys olhos para os outros dois
querendo saber o que fariam em seguida e esperando uma resposta.
- Ir até a cidade
- Voltar para o corredor
- Se esconder entre as árvores para observar melhor
* Coloque nos comentários o que os principais devem fazer em seguida.
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Se esconder entre as árvores para observar melhor.
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